Prosa de cozinha
Cresci
no meio das panelas e desde pequena sempre adorei uma cozinha. E no interior era tradição sentar-se a mesa às 17h para prosear e tomar o café da tarde. O
cheirinho do café fresquinho feito no coador de pano na casa da minha avó era
sedutor. Para acompanhá-lo, um delicioso bolo de milho quentinho e muito
macio preparado em casa mesmo, nada pronto de padaria. Sinto falta dessas
iguarias preparadas por mãos de fadas.
Nos
finais de semana acontecia uma verdadeira olimpíada gastronômica na minha
casa. Como minha mãe era doceira, salgadeira e boleira, tínhamos enrolamento de
salgadinhos e entre os meus preferidos estava a coxinha de galinha com massa fininha
e recheio cremoso. Eu esperava ansiosa pela sua saída da frigideira, bem
quentinha e crocante. Não podemos esquecer o desfile de bolos com coberturas de
glacê, de cenoura com cobertura de chocolate ou as tortas de limão, eles eram
medalhas de ouro e do revezamento de bandejas com brigadeiros, cajuzinhos e
beijinhos.
Quando
cheguei ao Rio, conheci a comida de buteco e me apaixonei por todos os seus
petiscos, sem exceção. Entreguei-me a todos os bolinhos e acepipes que
experimentei, sem culpas e medos. Não esqueço do pastel de carne de porco,
dos deuses, ele ainda veio na companhia de um chopinho estupidamente gelado.
Fui ao céu e voltei. E assim segui, provando e degustando massas divinas como
fettuccines cobertos de molho Alfredo e queijo parmesão fresco, doces de deixar
qualquer um com água na boca, como o italianíssimo Tiramissu e a cada dia que
passa mais apaixonada eu fico por essa alquimia chamada Gastronomia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário