quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Prosa de cozinha



Cresci no meio das panelas e desde pequena sempre adorei uma cozinha. E no interior era tradição sentar-se a mesa às 17h para prosear e tomar o café da tarde. O cheirinho do café fresquinho feito no coador de pano na casa da minha avó era sedutor. Para acompanhá-lo, um delicioso bolo de milho quentinho e muito macio preparado em casa mesmo, nada pronto de padaria. Sinto falta dessas iguarias preparadas por mãos de fadas.

Nos finais de semana acontecia uma verdadeira olimpíada gastronômica na minha casa. Como minha mãe era doceira, salgadeira e boleira, tínhamos enrolamento de salgadinhos e entre os meus preferidos estava a coxinha de galinha com massa fininha e recheio cremoso. Eu esperava ansiosa pela sua saída da frigideira, bem quentinha e crocante. Não podemos esquecer o desfile de bolos com coberturas de glacê, de cenoura com cobertura de chocolate ou as tortas de limão, eles eram medalhas de ouro e do revezamento de bandejas com brigadeiros, cajuzinhos e beijinhos.

Quando cheguei ao Rio, conheci a comida de buteco e me apaixonei por todos os seus petiscos, sem exceção. Entreguei-me a todos os bolinhos e acepipes que experimentei, sem culpas e medos. Não esqueço do pastel de carne de porco, dos deuses, ele ainda veio na companhia de um chopinho estupidamente gelado. Fui ao céu e voltei. E assim segui, provando e degustando massas divinas como fettuccines cobertos de molho Alfredo e queijo parmesão fresco, doces de deixar qualquer um com água na boca, como o italianíssimo Tiramissu e a cada dia que passa mais apaixonada eu fico por essa alquimia chamada Gastronomia.

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